
Toxoplasmose e gestação
- 01/02/2019
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Toxoplasmose, ou a chamada doença do gato (como popularmente é conhecida) é uma doença que afeta principalmente o sistema nervoso central e ocasionalmente o sistema reprodutivo, músculos e órgãos viscerais.
Seu agente etiológico, o protozoário Toxoplasma gondii, é um parasita com ciclo biológico de duplo hospedeiro.
Como acontece a transmissão?
O gato ao comer ratos, pássaros contaminados e principalmente carnes cruas acaba contraindo a infecção. Quando os animais se alimentam de pastagens contaminadas pelas fezes, acabam se infectando.
Indiretamente, o contágio acontece devido à ingestão de carne com o agente transmissor. O gado e o porco, por exemplo, podem se contaminar e transmitir a doença por meio da carne, principalmente quando consumida crua ou mal passada. A transmissão também pode ocorrer diretamente, por meio da inalação do agente transmissor, presente no solo, alimentos, fezes e contato com gatos, pombos e roedores.
Quais os sintomas:
No organismo humano, os protozoários se multiplicam e atacam todos os órgãos através do sangue, provocando infecção generalizada. Por isso, surgem deficiências neurológicas, inflamações nos olhos, complicações musculares, hepatites, pancreatites, etc…
E no pré natal?
O diagnóstico de infecção pelo T. gondii deve ser logo nas primeiras semanas do pré natal, sendo de suma importância, pois permite a inclusão de gestantes em fase de infecção recente na terapia protocolar, visando minimizar complicações clínicas e passagem transplacentária do parasita ao feto.
Durante a gestação, a mãe deve fazer exames para detectar a doença e tratá-la, caso seja constatada. A gestante pode apresentar alguns, tais como:
- Gânglios inchados e espalhados pelo corpo (ínguas)
- Calafrios
- Febre
- Músculos doloridos
- Fígado inchado
O diagnóstico depende do rastreamento sorológico durante o pré-natal. Ele é realizado com os testes imunoenzimáticos (ELISA) para a detecção de IgG e IgM contra Toxoplasma gondii.
IgG: é o marcador da imunidade ao parasita.
IgM: é o marcador de infecção aguda pelo parasita
As gestantes que têm anticorpos tipo IgG positivos têm imunidade para a doença.
Durante os três primeiros meses de gestação, o risco de o bebê ser infectado é baixo, porém, o risco de lesões é alto, algumas lesões:
- Aborto espontâneo
- Atraso mental;
- Calcificações cerebrais;
- Lesões nos olhos (Cegueira);
- Surdez;
- Convulsões
- Crescimento intra-uterino retardado (o feto cresce menos que o normal)
- Morte fetal (morte após 20 semanas de gestação)
- Prematuridade (nascimento antes de 37 semanas)
- Malformações diversas: microftalmia (olhos pequenos), micro-encefalia (cabeça pequena), hidrocefalia, hepato-esplenomegalia (aumento com alteração da função do fígado e do baço) e lesões de pele. Ou seja, quanto mais o parto se aproxima as chances de infecção do bebê aumentam, porém, causam menos riscos de lesões.
- Em adultos a doença pode ser assintomática, entretanto o parasita pode chegar ao feto através da placenta e comprometer o futuro fetal.
- Mulheres que já tiveram a doença não correm risco de reinfecção na gestação. Só pacientes imuno-suprimidas podem reativar a doença durante a gestação.
Algumas atitudes que podem ajudar a prevenir a toxoplasmose:
– Dar preferência ás carnes congeladas
– Não comer carne crua ou malpassada
– Não comer ovos crus ou malcozidos
– Beber água filtrada
– Usar luvas para manipular alimentos e carnes cruas
– Não usar a mesma faca para cortar carnes, vegetais e frutas
– Lavar bem frutas, verduras e legumes
– Evitar contato com gatos e com tudo que possa estar contaminado com suas fezes
– Alimentar gatos domésticos com rações comerciais
– Fazer limpeza diária com água fervente do recipiente em que os gatos depositam suas fezes
– Usar luvas ao manusear a terra ou jardim
Os nossos enfermeiros estão disponíveis para esclarecer essa e outras dúvidas. Se preferir, entre em contato conosco pelo 0800 200 0202 ou via Chat.
FONTE:
Febrasgo. Federação Brasileira das Associações de Ginecologistas e Obstetrícia. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/185-toxoplasmose. Acesso em 01 jan de 2019.
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